Quinhentismo
O Quinhentismo, fase da literatura brasileira do século XVI, tem este nome pelo fato das manifestações literárias se iniciarem no ano de 1.500, época da colonização portuguesa no Brasil. A literatura brasileira, na verdade, ainda não tinha sua identidade, a qual foi sendo formada sob a influência da literatura portuguesa e europeia em geral.
Logo, não havia produção literária ligada diretamente ao povo brasileiro, mas sim obras no Brasil que davam significação aos europeus. No entanto, com o passar dos anos, as literaturas informativa e dos jesuítas, foi dando lugar a denotações da visão dos artistas brasileiros.
Logo, não havia produção literária ligada diretamente ao povo brasileiro, mas sim obras no Brasil que davam significação aos europeus. No entanto, com o passar dos anos, as literaturas informativa e dos jesuítas, foi dando lugar a denotações da visão dos artistas brasileiros.
Literatura Informativa
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A Carta de Caminha inaugura o que se convencionou chamar de Literatura Informativa sobre o Brasil. Este tipo de literatura, também conhecido como literatura dos viajantes ou literatura dos cronistas, como consequência das Grandes Navegações, empenha-se em fazer um levantamento da “terra nova”, de sua floresta e fauna, de seus habitantes e costumes, que se apresentaram muito diferentes dos europeus. Daí ser uma literatura meramente descritiva e, como tal, sem grande valor literário. A principal característica da carta é a exaltação da terra, resultante do assombro do europeu diante do exotismo e da exuberância de um mundo tropical. Com relação à linguagem, o louvor à terra transparece no uso exagerado de adjetivos.
Literatura Catequética
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Foi consequência da contrarreforma. A principal preocupação dos jesuítas era o trabalho de catequese, objetivo que determinou toda a sua produção literária, tanto na poesia como no teatro. Além da poesia de devoção, os jesuítas cultivaram o teatro de caráter pedagógico, baseado também em trechos bíblicos, e as cartas que informavam aos superiores na Europa o andamento dos trabalhos na Colônia. José de Anchieta se propôs ao estudo da língua tupi-guarani e é considerado o precursor do teatro no Brasil. Sua obra já apresenta traços barrocos.
Literatura classicista
Em Portugal, o quinhentismo (classicismo) teve início em 1527 , quando do retorno do poeta Sá de Miranda da Itália, onde viveu vários anos para estudos. Na bagagem, trazia novas técnicas versificatórias, o "dolce stil nuovo" ("doce estilo novo"). Além de introduzir no país o verso decassílabo (medida nova) em oposição à redondilha medieval (5 ou 7 sílabas), que passou a ser chamada de medida velha, trouxe uma nova conceituação artística. Devemos entender, portanto, que Sá de Miranda não trouxe para Portugal apenas um verso de medida diferente, mas um gosto poético mais refinado.
Juntamente com o decassílabo, passaram a ser cultivadas novas formas fixas de poesia, como o soneto (dois quartetos e tercetos, com metrificação em decassílabos e rimas em esquemas rigorosos), a ode (poesia de exaltação), a écloga (que tematiza o amor pastoril), a elegia (revelação de sentimentos tristes) , a epístola (carta em versos). É preciso lembrar que a substituição do verso redondilha (medida velha), característico da Idade Média, pelo decassílabo (medida nova) não se deu de forma imediata, pois ambas as medidas conviveram em grande parte do século XVI.
Juntamente com o decassílabo, passaram a ser cultivadas novas formas fixas de poesia, como o soneto (dois quartetos e tercetos, com metrificação em decassílabos e rimas em esquemas rigorosos), a ode (poesia de exaltação), a écloga (que tematiza o amor pastoril), a elegia (revelação de sentimentos tristes) , a epístola (carta em versos). É preciso lembrar que a substituição do verso redondilha (medida velha), característico da Idade Média, pelo decassílabo (medida nova) não se deu de forma imediata, pois ambas as medidas conviveram em grande parte do século XVI.
José de Anchieta
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José de Anchieta nasceu em família rica, numa das sete ilhas Canárias, de onde avistava os navios que se abasteciam no porto de Tenerife para seguir rumo ao Oriente ou ao Novo Mundo. O pai era um nobre basco, e a mãe, uma judia conversa. Aos 14 anos, foi estudar em Coimbra (Portugal). Sentia a vocação religiosa e, em 1551, foi admitido como noviço no colégio jesuíta da Universidade de Coimbra.
Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionário, acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a São Vicente, a primeira vila fundada no Brasil por Martim Afonso de Sousa. Lá, teve o primeiro contato com os índios.
No mesmo ano, junto com o jesuíta português Manuel da Nóbrega, subiu a serra do Mar até o planalto que os índios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tietê. Os dois missionários estabeleceram um pequeno colégio, e, em25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta começou o trabalho de conversão, batismo e catequese.
Para os índios, foi médico, sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos índios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradição missionária, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a "Arte da Gramática da Língua Mais Falada na Costa do Brasil", publicada em Coimbra em 1595.
O colégio de São Paulo de Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu núcleo. Mas, ao longo do litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, as tribos formaram uma aliança (conhecida como Confederação dos Tamoios) que atacou São Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564.
Anchieta e Nóbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociações de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupi-guarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiança dos índios, e, após muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambás e portugueses. Nessa época, Anchieta escreveu o "Poema em Louvor à Virgem Maria", com 5.732 versos, alguns dos quais traçados nas areias das praias.
Em 1565, entrou com Estácio de Sá na baía de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Dali, Anchieta seguiu para Salvador, onde foi ordenado sacerdote. Por ocasião dessa viagem, novamente pisou em terras capixabas. Em 1567, voltou para o Rio e para São Vicente. Nessa última, permaneceu dez anos, quando foi nomeado provincial (supervisor) dos jesuítas no Brasil.
Em 1585, fundou a aldeia de Guaraparim (hoje Guarapari), no Espírito Santo. Morreu aos 63 anos em Reritiba, atual Anchieta. Os índios levaram seu corpo numa viagem de 80 quilômetros até Vitória, onde foi sepultado.
Anchieta, chamado o Apóstolo do Brasil, foi beatificado em 22 de junho de 1980 pelo papa João Paulo 2°.
Em 1553, com 19 anos, foi convidado a vir para o Brasil como missionário, acompanhando Duarte da Costa, o segundo governador-geral nomeado pela Coroa. No comecinho de 1554, chegou a São Vicente, a primeira vila fundada no Brasil por Martim Afonso de Sousa. Lá, teve o primeiro contato com os índios.
No mesmo ano, junto com o jesuíta português Manuel da Nóbrega, subiu a serra do Mar até o planalto que os índios denominavam Piratininga, ao longo do rio Tietê. Os dois missionários estabeleceram um pequeno colégio, e, em25 de janeiro de 1554, celebrou-se ali a primeira missa. Anchieta começou o trabalho de conversão, batismo e catequese.
Para os índios, foi médico, sacerdote e educador: cuidava do corpo, da alma e da mente. Na catequese, usava o teatro e a poesia, tornando a aprendizagem um processo prazeroso. Ensinou latim aos índios, aprendeu tupi-guarani com eles e (seguindo a tradição missionária, que mandava assimilar e registrar os idiomas) escreveu a "Arte da Gramática da Língua Mais Falada na Costa do Brasil", publicada em Coimbra em 1595.
O colégio de São Paulo de Piratininga, como era chamado, logo expandiu seu núcleo. Mas, ao longo do litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, as tribos formaram uma aliança (conhecida como Confederação dos Tamoios) que atacou São Paulo diversas vezes entre 1562 e 1564.
Anchieta e Nóbrega tiveram um conflito com Duarte da Costa e decidiram iniciar as negociações de paz com os tamoios em Iperoig (hoje Ubatuba). Anchieta, falando tupi-guarani e viajando por toda aquela costa, foi crucial para ganhar a confiança dos índios, e, após muitos incidentes, estabeleceu-se a paz entre tamoios, tupinambás e portugueses. Nessa época, Anchieta escreveu o "Poema em Louvor à Virgem Maria", com 5.732 versos, alguns dos quais traçados nas areias das praias.
Em 1565, entrou com Estácio de Sá na baía de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Dali, Anchieta seguiu para Salvador, onde foi ordenado sacerdote. Por ocasião dessa viagem, novamente pisou em terras capixabas. Em 1567, voltou para o Rio e para São Vicente. Nessa última, permaneceu dez anos, quando foi nomeado provincial (supervisor) dos jesuítas no Brasil.
Em 1585, fundou a aldeia de Guaraparim (hoje Guarapari), no Espírito Santo. Morreu aos 63 anos em Reritiba, atual Anchieta. Os índios levaram seu corpo numa viagem de 80 quilômetros até Vitória, onde foi sepultado.
Anchieta, chamado o Apóstolo do Brasil, foi beatificado em 22 de junho de 1980 pelo papa João Paulo 2°.
principais realizações
- Catequizou índios brasileiros no século XVI, na região da atual cidade de São Paulo.
- Foi um dos fundadores da cidade de São Paulo.
- Participou da fundação do Colégio de São Paulo.
- Defendeu os índios brasileiros das tentativas de escravização por parte dos colonizadores portugueses.
- Lutou ao lado dos portugueses contra os franceses estabelecidos na França Antártica.
- Dirigiu o Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro, entre os anos de 1570 e 1573.
- Foi nomeado, em 1577, Provincial da Companhia de Jesus no Brasil.
- Foi um dos fundadores da cidade de São Paulo.
- Participou da fundação do Colégio de São Paulo.
- Defendeu os índios brasileiros das tentativas de escravização por parte dos colonizadores portugueses.
- Lutou ao lado dos portugueses contra os franceses estabelecidos na França Antártica.
- Dirigiu o Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro, entre os anos de 1570 e 1573.
- Foi nomeado, em 1577, Provincial da Companhia de Jesus no Brasil.
principais obras
- "Poema à Virgem"
- "Os feitos de Mem de Sá"
- "Arte e Gramática da língua mais usada na costa do Brasil"
- "A Cartilha dos Nativos" (Gramática tupi-guarani)
- "Carta da Companhia"
- "Os feitos de Mem de Sá"
- "Arte e Gramática da língua mais usada na costa do Brasil"
- "A Cartilha dos Nativos" (Gramática tupi-guarani)
- "Carta da Companhia"